segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Terapia com células-tronco da placenta reduz progressão da fibrose hepática

Terapia com células-tronco da placenta reduz progressão da fibrose hepática - Por Karina Toledo

Agência FAPESP – Uma terapia à base de células-tronco da placenta humana reduziu em 50% o desenvolvimento de fibrose hepática em experimento feito com ratos.
Os pesquisadores acreditam que o benefício se deve a substâncias produzidas pelas células da membrana amniótica – parte interna da placenta – capazes de estimular a regeneração do fígado. O próximo passo é identificar e isolar essas moléculas, o que abriria caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos.
A fibrose hepática é uma doença resultante de agressões sucessivas ao fígado, como aquelas causadas pelo consumo excessivo de álcool ou por hepatites virais, explicou Luciana Barros Sant’Anna, pesquisadora da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), onde a investigação está sendo conduzida com apoio da FAPESP.
“Embora as células do fígado tenham enorme capacidade de se proliferar e de regenerar o órgão, elas acabam morrendo depois de inflamações recorrentes e são substituídas por colágeno”, explicou a pesquisadora.
A cirrose é o estágio terminal da doença e o único tratamento disponível nesse caso é o transplante de fígado. Mas essa opção não é viável para muitos pacientes e, por esse motivo, pesquisadores de todo o mundo buscam meios de impedir o agravamento do problema.

O melhor da paleontologia em 2012 - Ciência Hoje On-line

Participe da votação lançada por Alexander Kellner e eleja a mais importante descoberta científica divulgada na sua coluna, ‘Caçadores de fósseis’, no ano passado.
O melhor da paleontologia em 2012
Antes de votar, releia as cinco colunas selecionadas para participar da enquete. (imagens: reprodução)
Olá, pessoal!
Novamente estamos fazendo uma enquete para que você, leitor da ‘Caçadores de fósseis’, possa escolher a mais interessante descoberta abordada pela coluna em 2012.
A votação acaba em 5 de março e o resultado será divulgado na coluna do dia 8.
Para relembrar os temas e tomar uma decisão, você pode conferir a seguir as cinco descobertas que foram selecionadas.

Um dinossauro na gaveta - Nova análise de fósseis encontrados na Tanzânia e guardados há décadas indica que eles podem pertencer ao mais antigo dinossauro conhecido. O estudo, tema da coluna de Alexander Kellner deste mês, sugere que a evolução desses animais foi mais lenta do que se supunha. 

O dente da preguiça gigante - Fóssil encontrado em Sergipe traz evidência direta da interação entre a nossa espécie e esses animais. A descoberta, tema da coluna deste mês de Alexander Kellner, suscita questões sobre como se comprova a alteração de um material pela ação humana e quando essa megafauna se extinguiu.

Embriões de 278 milhões de anos - Pesquisadores do Brasil e do Uruguai encontraram os mais antigos restos de répteis aquáticos associados a embriões de que se tem notícia. O achado, tema da coluna de maio de Alexander Kellner, fornece evidências sobre as estratégias reprodutivas desses animais primitivos. 

Os primeiros tetrápodes - Fósseis descobertos em depósitos de cerca de 348 milhões de anos na Escócia abrem uma janela para melhor compreender como os vertebrados conquistaram a terra firme. O achado é tema da coluna deste mês de Alexander Kellner.

O fantasma de um inseto  - Nova espécie encontrada em depósitos de 370 milhões de anos na Bélgica é tema da coluna de Alexander Kellner deste mês. Embora não esteja bem preservado, o fóssil pode ajudar na compreensão dos estágios iniciais da ocupação dos ambientes terrestres. 

Participe!

Alexander Kellner
Museu Nacional/UFRJ
Academia Brasileira de Ciências

Um trabalho para bactérias

Engenheiro da USP estuda o aproveitamento da oxidação natural dometano por microrganismos em ‘biofiltro’. O gás é responsável por cerca de 15% do efeito estufa e grande parte de suas emissões vem do lixo de aterros sanitários.
Por: Yuri Hutflesz - Ciência Hoje On-line

O lixo é um problema quase sem fim. Mesmo quando depositado nos aterros sanitários mais modernos, os detritos continuam causando transtornos. Um deles é a liberação do gás metano (CH4), responsável por uma parcela relevante do efeito estufa. Pensando em reduzir essas emissões de forma simples e barata, o engenheiro civil Fernando Marinho, da Universidade de São Paulo (USP), trabalha no desenvolvimento de uma cobertura especial de solo, o ‘biofiltro’, que utiliza a ação de bactérias metanotróficas.
Nos locais em que o lixo comum é tratado de forma apropriada, o descarte ocorre em aterros sanitários de Resíduos Sólidos Urbanos. Esses terrenos, onde os dejetos ficam enterrados em camadas, são preparados para impedir a contaminação da água e do solo, além da proliferação de espécies nocivas. Apesar disso, não existe um método totalmente eficaz para a captura do metano, que resulta da ação de bactérias anaeróbias durante a decomposição do lixo orgânico.
“O que se faz atualmente é instalar um sistema de drenagem, direcionando o metano para a queima, que pode ou não gerar energia elétrica”, explica Marinho. No entanto, devido à compressibilidade dos resíduos e à pressão exercida pelo gás, parte do CH4 escapa para a atmosfera através de fissuras.
Bactérias que consomem metano são abundantes no ambiente. O que fazemos é apenas estimular sua multiplicação, dando a elas condições ambientais adequadas O ‘biofiltro’ proposto pelo engenheiro – uma camada de solo preparado para favorecer a proliferação da bactéria que consome metano – seria uma forma de contornar esse problema. “Esses organismos já são abundantes no ambiente”, afirma Marinho. “O que nós fazemos é apenas estimular sua multiplicação, dando a elas condições ambientais adequadas”, completa.
A aeração e a homogeneidade do solo também são importantes para a eficácia do biofiltro. Essas propriedades são necessárias para permitir a passagem e a distribuição uniforme do gás, de modo a impedir concentrações em pontos específicos.
A ideia é que a camada de solo com as bactérias seja colocada no encerramento das atividades do terreno, quando ele não comporta mais lixo. No caso dos aterros, o biofiltro ficaria sobre o último nível e não impediria o plantio de gramíneas, procedimento padrão para impedir a erosão.
Marinho também ressalta que, com esse sistema, até mesmo os lixões poderiam diminuir suas emissões, bastando cobrir a área onde estão os detritos.

Atualmente, o grupo coordenado pelo engenheiro realiza estudos no aterro Delta-1, em Campinas (SP). Apesar de a ideia de utilização das bactérias metanotróficas para conter o metano em depósitos de lixo não ser nova, ainda há poucas experiências práticas. “No exterior isso é mais comum, mas aqui apenas alguns pesquisadores desenvolvem estudos nesse sentido”, conta. Nessa linha, Marinho destaca iniciativas da Universidade Federal de Pernambuco, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da  Universidade de Caxias do Sul.
Quantificar para vender As bactérias que consomem o metano liberam dióxido de carbono (CO2). Alguém poderia questionar, portanto, a pertinência da troca de um gás nocivo por outro. O fato é que o CH4 tem uma capacidade 21 vezes maior de reter calor.
Estima-se que o metano que escapa dos aterros corresponda a cerca de 20% do total de emissões desse gás por atividades humanas – responsáveis por 60% do CH4 que existe hoje na atmosfera.
Marinho trabalha no desenvolvimento de um método que ajude a calcular a quantidade de metano oxidada pelas bactérias Marinho trabalha ainda no desenvolvimento de um método que ajude a calcular a quantidade de CH4 oxidada pelas bactérias. Isso permitiria a venda de créditos de carbono no mercado internacional. O engenheiro garante que os gastos para a implementação e manutenção do biofiltro seriam muito baixos, mas um incentivo econômico com certeza tornaria os donos de aterros mais dispostos a adotar o sistema.
O principal obstáculo para se chegar ao cálculo está na dificuldade de saber a quantidade exata de metano que o lixo libera nas camadas mais profundas dos aterros, além das muitas variações que podem ocorrer por conta do clima e do regime de chuvas. Por isso, segundo Marinho, o método em desenvolvimento pretende trabalhar em cima da das estimativas mais pessimistas. “Queremos poder garantir que, na pior das hipóteses, determinada quantidade de metano foi oxidada”, conclui.