O artigo Jogo desigual, Rafael Foltram, da Ciência Hoje, nos
trás um estudo revela que as dificuldades de universitários egressos da rede
pública não se resumem ao vestibular e acompanham os estudantes por toda a
graduação. Pesquisadora defende formação contínua de professores e uma atenção
diferenciada a esses alunos.
A permanência de estudantes em cursos de graduação de
universidades de ponta depende de diversos fatores, como condição financeira,
apoio familiar, envolvimento social, dedicação, além de interesse e satisfação
pelo curso escolhido. Novos estudos, porém, apontam a importância de outro
elemento: a procedência escolar.
“Alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas
enfrentam mais problemas e têm chances maiores de deixar o curso precocemente
ou passar por dificuldades críticas”.
De acordo com pesquisa desenvolvida por Valéria Cordeiro
Fernandes Belletati em seu doutorado na Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo (USP), alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas
enfrentam mais problemas e têm chances maiores de deixar o curso precocemente
ou passar por dificuldades críticas, que vão desde falta de tempo até o
desempenho insuficiente.
Em maio de 2009, Belletati entrevistou 42 alunos
ingressantes, 10 futuros biólogos, 11 do curso de licenciatura em física e 21
de letras – todos da USP, que, desde 2006, possui ferramentas para facilitar o
ingresso de alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas – por meio
do Programa de Inclusão Social e do Programa de Avaliação Seriada, o estudante
pode ter um bônus de até 15% em sua nota do vestibular.