quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sons de animais e identificação

ELTON ALISSON. Edição Online. Revista Pesquisa Fapesp 

Como muitos registros da fonoteca são antigos, diversas informações importantes sobre eles estão faltando e serão acrescentadas

O ornitólogo Jacques Vielliard, falecido em 2010, dá nome à fonoteca e é o responsável por boa parte dos registros das vocalizações
Agência FAPESP – Um dos maiores acervos do mundo de sons emitidos pelos animais – como o canto dos pássaros, o coachar dos sapos ou o cricrilar dos insetos – pertence à Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard, do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Muitas das vocalizações dessa coleção iniciada na década de 1960, no entanto, não dispõem de informações essenciais para os biólogos interessados em estudar o comportamento animal – como a temperatura e o índice pluviométrico no momento em que o som foi captado.
Um estudo, realizado no Instituto de Computação (IC) da Unicamp, com apoio de Bolsa da FAPESP, pretende enriquecer as informações sobre as vocalizações reunidas na fonoteca, com dados climáticos e ambientais do dia, hora e local em que elas foram registradas.
“Percebemos que, pelo fato de muitos registros da fonoteca serem antigos, diversas informações importantes sobre eles estavam faltando”, disse Daniel Cintra Cugler, autor do estudo, à Agência FAPESP.

Células-tronco reduz avanço de fibrose hepática

Revista Pesquisa Fapesp: KARINA TOLEDODoença é resultante de agressões sucessivas ao fígado, como aquelas causadas pelo consumo excessivo de álcool ou por hepatites virais
© NISSIM BENVENISTY/WIKICOMMONS

Células-tronco produzidas pela membrana da parte interna da placenta podem estimular a regeneração do fígado
Agência FAPESP– Uma terapia à base de células-tronco da placenta humana reduziu em 50% o desenvolvimento de fibrose hepática em experimento feito com ratos.
Os pesquisadores acreditam que o benefício se deve a substâncias produzidas pelas células da membrana amniótica – parte interna da placenta – capazes de estimular a regeneração do fígado. O próximo passo é identificar e isolar essas moléculas, o que abriria caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos.
A fibrose hepática é uma doença resultante de agressões sucessivas ao fígado, como aquelas causadas pelo consumo excessivo de álcool ou por hepatites virais, explica Luciana Barros Sant’Anna, pesquisadora da Universidade do Vale do Paraíba (Univap),onde a investigação está sendo conduzida com apoio da FAPESP.

Mãos biônicas

O engenheiro Chris Taylor sofreu um acidente dramático em 2009 enquanto puxava seu filho em uma boia presa por uma corda ao jet-ski. Uma onda o atingiu e derrubou enquanto segurava a corda fazendo com que esta apertasse sua mão, arrancando-a.
Sua única alternativa até o momento era uma prótese rudimentar que o deixou inconformado com sua situação. Munido de maravilhas modernas como o Google, Chris ficou sabendo de um projeto experimental chamado Michaelangelo Hand (uma alusão ao artista que fez aquela pintura em que Deus e Adão estendem as mãos um para o outro) e resolveu ir atrás da oportunidade. Não demorou até que se encontrasse na clínica Dorset Orthopaedic que estava testando o dispositivo e acabou sendo equipado com a prótese graças a um pagamento que recebeu da seguradora (novas tecnologias sempre tem um preço nada atraente).
Essa nova geração de mãos biônicas permite movimentos complexos e possui eletrodos com sensores que captam movimentos da musculatura e transmitem os sinais para a maquinaria. É claro que esse tipo de tecnologia ainda não possui a complexidade de uma mão real mas a cada nova geração que surge a perfeição aumenta.
Chris Taylor se diz contente com a nova mão que lhe permite fazer coisas que antes eram impossíveis como abotoar as calças ou manusear suas chaves:
“Vai fazer uma grande diferença na minha vida. Agora tenho algo no final do meu braço que realmente funciona.”
A tendência, queira ou não, é um dia as próteses biônicas superarem de fato nossas capacidades biológicas e termos um cenário digno de um filme sci-fi, com pessoas trocando seus membros originais por sintéticos cada vez mais evoluídos enquanto um grupo resistente irá condenar esse tipo de atitude.