quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Células matadoras podem controlar o vírus da Aids


Células matadoras podem controlar o vírus da Aids
Pesquisadores norte-americanos e brasileiros testam com sucesso a eficácia de linfócitos T no combate ao HIV
Na guerra contra o HIV, vírus que causa a Aids, a busca por desenvolver uma vacina costuma se concentrar nos anticorpos, as proteínas do sistema imunológico responsáveis por atacar invasores. Um grupo de pesquisadores norte-americanos e brasileiros pode ajudar a mudar esse panorama – ou pelo menos ampliá-lo –, de acordo com resultados publicados neste domingo (30/9) na Nature. Eles mostraram que um tipo específico de linfócitos T – as células que orquestram o combate a infecções – tem um papel importante no combate aos vírus e estimular a sua produção pode vir a ser uma arma eficaz.
As estrelas do estudo são as células T CD8+, responsáveis por controlar a carga viral nos pacientes conhecidos como “controladores de elite” – pessoas que, apesar de infectadas com o HIV, não desenvolvem os sintomas da doença. “Uma em cada 300 pessoas infectadas consegue controlar a replicação do vírus”, explica o patologista David Watkins, da Universidade de Miami, coordenador do estudo. Em 70% dessas pessoas, segundo ele, é possível detectar uma assinatura genética especial, que agora se sabe estar relacionada ao funcionamento das células CD8. Falta ainda entender exatamente como funciona essa relação.
O importante é que esses linfócitos conseguem, por meio de uma ação tóxica, aniquilar as células do organismo invadidas pelo HIV. “O vírus precisa de células para se replicar, e as CD8 matam essas fábricas”, explica o pesquisador norte-americano, fluente em português graças a uma longa e frutífera colaboração com colegas brasileiros.
Um vírus aparentado ao que causa Aids em seres humanos, o vírus da imunodeficiência símia (SIV), foi usado para testar a eficácia dessas células imunológicas. Nas mãos da geneticista Myrna Bonaldo, do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, a vacina contra febre amarela produzida na própria instituição ganhou fragmentos de DNA do SIV e foi aplicada em macacos rhesus infectados. O resultado foi marcante: “todos os macacos estão conseguindo controlar a replicação do vírus”, comemora Watkins. A eficácia é um mistério, porque nem todos os controladores de elite humanos conseguem combater tão bem a infecção. “Precisamos entender como isso funciona antes de podermos pensar numa vacina contra Aids”, ele completa, cauteloso.
Para o norte-americano, a colaboração com o grupo carioca é essencial pela experiência em produzir uma vacina segura que já imunizou mais de 400 milhões de pessoas. “A Fiocruz é líder nessa área, está produzindo a maior parte da vacina contra febre amarela usada no mundo”, afirma. O segredo do sucesso deve estar, em sua opinião, no fato de ser uma vacina viva, com vírus ativos embora atenuados – e por isso incapazes de causar a doença. Algum elemento dessa atividade viral, que ainda precisa ser desvendado, pode também ser responsável pelo sucesso da vacina modificada em ajudar os macacos a combaterem o SIV.
“Nosso estudo aponta um novo caminho possível, não mais focado em anticorpos, mas em controle da replicação do vírus mediante a indução da produção de células T CD8 protetoras pelo organismo”, explicou Myrna à assessoria de imprensa da Fiocruz. “É como se, na rodovia do estudo de vacinas para a Aids, estivéssemos fixando uma placa nova, apontando para um novo caminho, baseado na abordagem celular.”

Canavial mais limpo


Emissões do pior gás causador do efeito estufa pela cana-de-açúcar são menores do que se estimava


As emissões diretas de gases causadores do efeito estufa na plantação de cana-de-açúcar são bem inferiores às estimadas na literatura científica internacional. Esse é o principal resultado de um estudo de campo feito por um grupo de cientistas de diferentes universidades e centros de pesquisa nacionais em canaviais paulistas. O foco do levantamento, publicado no periódico Global Change Biology Bioenergy, foi a emissão de óxido nitroso (N2O), considerado o mais deletério gás de efeito estufa, quase 300 vezes mais prejudicial ao ambiente do que o dióxido de carbono (CO2) e com grande persistência na atmosfera. A fonte de geração de óxido nitroso em canaviais são os fertilizantes nitrogenados usados pelos agricultores para fazer a planta crescer. Os resultados dos pesquisadores são importantes porque, caso as emissões de óxido nitroso fossem muito elevadas, o etanol feito a partir da cana teria seus benefícios ambientais questionados. O Brasil é o maior produtor mundial da planta, com um volume anual de 596 milhões de toneladas.
“O objetivo do nosso trabalho foi traçado em razão de uma publicação de 2008 do cientista holandês Paul Crutzen, prêmio Nobel de Química de 1995, em que ele afirma que os fatores de emissão de óxido nitroso em culturas destinadas à produção de biocombustíveis seriam superiores a 3%, podendo chegar a 5%, afetando diretamente o clima do planeta”, diz a engenheira agrônoma Janaína Braga do Carmo, coordenadora da pesquisa e professora do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Sorocaba, no interior paulista. Outro prognóstico, feito por especialistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), apontava um fator de emissão mais baixo, em torno de 1%.

Fotografias da natureza


O concurso Veolia Environmental Wildlife Photographer of the Year Competition  anunciou os vencedores  de sua competição anual para premiar as melhores fotografias da natureza em 2012. Separando as imagens em diversas categorias, cem fotos foram escolhidas dentre 48 mil inscritas.

melhores fotos da natureza pinguins
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