segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Novas fotos da II Prática no Pátio

Estas fotos foram tiradas e cedidas pelo pessoal do Setor Eventos da Faculdade.
Caso você também tenha uma foto e queira enviar, mande para o nosso e-mail: ummeiodecultura.ummeiodecultura@gmail.com e adicionaremos a nossa galeria.



 

 



Saciedade e prazer


Células na base do cérebro controlam a fome e acionam os mecanismos neurais da recompensa

Um grupo de apenas 5 mil neurônios localizados na base do cérebro, em uma região chamada hipotálamo, não controla somente a fome e a saciedade. Especializados na produção de dois dos comunicadores químicos cerebrais – o neuropeptídeo Y (NPY) e o peptídeo relacionado ao agouti  (AgRP) –, esses neurônios atuam também sobre os mecanismos cerebrais de recompensa, que coordenam as sensações de prazer. O duplo papel dessas células foi observado por um grupo de pesquisadores brasileiros e norte-americanos e descrito em junho na revista Nature Neuroscience. “Foi a primeira vez que se registrou a influência dessas células sobre outras funções do sistema nervoso central”, conta o médico Marcelo Dietrich, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e primeiro autor do artigo.

Dietrich suspeitava havia algum tempo de que os neurônios produtores de NPY e AgRP pudessem manter conexões com outras áreas cerebrais por causa dos efeitos colaterais provocados por medicamentos inibidores de apetite. Compostos como a sibutramina, retirada do mercado em vários países e vendida com retenção de receita no Brasil, reduzem a fome por induzir efeitos semelhantes ao da desativação desses neurônios.Mas também originam uma série de alterações no organismo, como a melhora do humor – a sibutramina foi desenvolvida para ser usada como antidepressivo – e o aumento do risco de problemas cardiovasculares. “Imaginávamos que os neurônios produtores de NPY e AgRP não estariam isolados ou associados apenas à fome”, conta Dietrich. “Pensamos que também pudessem desempenhar algum papel em funções cognitivas mais sofisticadas e decidimos ver se estavam envolvidos nos mecanismos de recompensa”, diz o pesquisador, que atualmente passa uma temporada no laboratório de Tamas Horvath na Universidade Yale, nos Estados Unidos.

A fim de testar possíveis conexões desses neurônios com os de outras regiões cerebrais, Dietrich realizou uma série de experimentos com roedores geneticamente alterados para apresentar menor atividade dos neurônios do apetite. “As células não eram eliminadas, mas funcionavam de maneira deficiente, minimizando assim a sensação de fome”, explica.

Mutação e o padrão em espiral no pelo de gatos


Pelagem dos felinos é definida por alteração genética antes de o animal nascer

Mutação determina diferença entre guepardo pintado (esquerda) e sua versão real
Por que alguns gatos de estimação têm manchas escuras em forma de espiral no corpo, no lugar das listras comuns? Mutações em um único gene, o Taqpep, está por trás da desorganização do padrão da pelagem dos bichanos e também do felino guepardo, segundo estudo publicado na Science sexta-feira (21). Essa alteração genética define o guepardo real, caracterizado por manchas semelhantes às dos gatos com mutação. O trabalho realizado por uma equipe internacional de pesquisadores poderá ajudar a desvendar como as características físicas evoluem nos felinos.

O gene chamado Taqpep, que regula esses padrões de cor no corpo de ambos os felinos, se manifesta – com ou sem mutação – quando o animal ainda está no útero. É aí que o padrão da pelagem começa a se formar. Depois, o gene Edn3 controla a cor do pelo, provavelmente também antes de o animal nascer. Ou seja, o Edn3 induz a produção de pigmento escuro (manchas, pintas e listras) nas áreas preestabelecidas pelo gene Taqpep.

“Até agora, não se conhecia o mecanismo por trás da formação de pintas e listras dos mamíferos”, conta Eduardo Eizirik, um dos autores do estudo e geneticista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). “O principal modelo estudado era em camundongos, mas eles não têm listras ou outros tipos de manchas padronizadas”, completa.

De acordo com Eizirik, manter e cruzar grandes animais selvagens listrados ou pintados, como zebras ou girafas, é uma das dificuldades desse tipo de estudo. “O gato pode ser um excelente modelo nesse caso”, afirma o geneticista. Para chegar a esse resultado, foram necessários mais de dez anos de trabalhos cruzando gatos, investigando a genética desses animais e comparando com o que observavam em camundongos e outros organismos.

O achado abre caminho para, futuramente, entender com mais detalhe como essas mudanças ocorrem no nível molecular, bem como os processos evolutivos que influenciam a sua formação. “Ainda não se sabe ao certo por que os animais têm cores diferentes e quais as vantagens e desvantagens dos tipos de pelagem”, explica Eizirik. Do ponto de vista evolutivo, o estudo poderá permitir a verificação de como as listras ou manchas, importantes para camuflagem no ambiente, podem favorecer ou desfavorecer a adaptação das espécies.

A partir desses resultados, os pesquisadores criaram um modelo para tentar explicar o desenvolvimento dos padrões de pelagem e cor de gatos domésticos e selvagens, que deve ser usado para investigar o que altera o tamanho das marcas tigradas durante o crescimento dos animais.

Leia mais na matéria de ISIS NÓBILE DINIZ  Edição Online Revista Pesquisa FAPESP: Mutação gera padrão em espiral no pelo de gatos e guepardos