sexta-feira, 15 de junho de 2012

COMO EXPLICAR A VIDA COM MATEMÁTICA

 Sequência de Fibonacci recebe este nome em homenagem ao matemático italiano Leonardo de Pisa, também conhecido como Leonardo Pisano, ou Leonardo Bigollo, mas amplamente mencionado como Leonardo Fibonacci .

Nasceu em Pisa no ano de 1170 e morreu em 1250, na mesma cidade (estas datas são apenas estimativas). Considerado um dos matemáticos mais talentosos da idade média, Fibonacci também fiou conhecido por introduzir os algoritmos arábicos na Europa, substituindo (graças a Deus) os malditos algoritmos romanos.

A busca de todo e qualquer matemático, independente de sua área de atuação, é descobrir uma formula que simplifique tudo ao seu redor. Foi exatamente isso que Fibonacci fez e é por isso que é tão admirado.

O princípio é simples. Os números da sequência são 0,1,1,2,3,5,8,13,21,... (infinito). Como ele chegou a isso? Simples. Pegue 0+0=0+1=1+1=2+1=3+2=5+3=8+5=13+8=21... ou seja, some o resultado ao numero anterior. Agora, se dividir os números da sequência um pelo outro, teremos este número, aproximadamente, 1,618, conhecido também como o número de Deus.




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Projeto São Luís Recicla - ajudando o planeta

Uma ótima noticia a todos, e ao planeta também!!!

De acordo com a nossa coordenadora Janaina o Projeto São Luís Recicla arrecadou no mês de maio:

330 Quilos de papel branco;
80 quilos de jornal;
30 Quilos de papel colorido;
700 pastas de papelão com elástico;
66 caixas de papelão para arquivo.


Os papéis foram doados à Associação de Reciclagem de Papel de Jaboticabal, as pastas estão sendo doadas para escolas estaduais e para o CETAP, e as caixas arquivos foram devolvidas ao setor de compras para serem reutilizadas.

Conto com a participação de todos.

Propaguem a ideia de REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR!!!!

Procurem as caixas de coleta do Projeto.

Muito obrigada.
Profa. Dra. Janaina Fernanda Gonçalves Neto
Coordenadora do Curso de Ciências Biológicas
Faculdade São Luís.

Comida 'ecológica' será para poucos na Cúpula

Crescimento do evento que integra a Rio+20 inviabiliza alimentação fornecida por agricultores familiares para todos os participantes
Heloisa Aruth Sturm / RIO - O Estado de S.Paulo
O aumento no número de participantes da Cúpula dos Povos superou a expectativa inicial da organização e vai inviabilizar parte de um dos principais projetos de seus idealizadores: o fornecimento de alimentação agroecológica gratuita durante todos os dias do evento, entre 13 e 22 de junho, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. A Cúpula é parte da Rio+20.

A estrutura inicialmente projetada contemplava até 10 mil participantes. Hoje, com mais de 23 mil inscritos, a Cúpula trabalha com alternativas para que pelo menos parte da estratégia seja concretizada. "O que tínhamos no início, de total abastecimento por meio da pequena agricultura, não conseguiremos cumprir. A pequena agricultura tem essa potencialidade, mas a nossa estrutura não", disse Marcelo Durão, representante da Via Campesina e integrante do Grupo de Articulação da Cúpula.

A alimentação agroecológica é uma das principais bandeiras dos movimentos sociais ligados às questões agrícolas, que propõem uma produção baseada na agricultura familiar e sem a utilização de agrotóxicos ou outros agentes químicos. Buscam também evitar o desmatamento de grandes áreas para a produção em larga escala, característica do agronegócio brasileiro.

Em vez de oferecer três refeições diárias, os organizadores distribuirão café da manhã e lanche da tarde para todos os participantes alojados nos cinco acampamentos montados no Sambódromo, na Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Estação Ferroviária Leopoldina e em dois Centros Integrados de Educação Pública (Cieps). O custo estimado é de R$ 2,5 milhões, 25% do orçamento total da Cúpula.

Estratégia. A organização busca então o que chama de estratégia combinada: enquanto uma parcela da alimentação será oferecida por meio de organizações de economia solidária, na qual está a agricultura familiar, os participantes serão direcionados para os restaurantes próximos aos alojamentos e ao Aterro.

"Infelizmente não temos estrutura de cozinha para dar conta desse aumento enorme e exponencial de participação. Não temos condição de atender tudo, mas queremos acolher da melhor maneira possível esse desejo de participação", disse Fátima Mello, diretora da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional e integrante do Grupo de Articulação da Cúpula.

Embora a movimentação diária de pessoas no Aterro do Flamengo seja estimada em 20 mil a 25 mil participantes, os alojamentos à disposição oferecem acomodação para até 15 mil visitantes. "Temos uma demanda de 23 mil pessoas querendo vir e temos uma dificuldade de receber esse público garantindo segurança, transporte e alimentação para todos", afirmou Durão.
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Brasil detém tecnologia para construir ônibus elétrico

LUCAS VETTORAZZO DO RIO

O Brasil está no rol de países que dispõem da tecnologia para o ônibus elétrico. Uma parceria entre a Coppe/UFRJ e a empresa brasileira Tracel desenvolveu um ônibus híbrido movido a hidrogênio e energia elétrica, com capacidade para 70 passageiros.

Mais silencioso que os movidos a diesel, o ônibus dispõe de internet sem fio e tomadas para que passageiros possam carregar seus aparelhos eletrônicos.

ônibus movido a hidrogênio e energia elétrica com tecnologia 100% desenvolvida no Brasil
O veículo, cuja a tecnologia é 100% brasileira, tem custo estimado em R$ 1 milhão e autonomia para rodar por 500 km com o "tanque" cheio. O hidrogênio é usado para colocar o automóvel em movimento enquanto a energia garante a manutenção da velocidade.

O protótipo é uma atualização de um modelo lançado pela Coppe em 2010. De acordo com o diretor-executivo da Tracel, José Lavaquial, a tecnologia já está pronta para ser vendida para empresas de transporte urbano ou fabricantes de ônibus.

"Houve melhorias de autonomia em relação ao primeiro modelo. Já estamos em contato com empresas interessadas."

Segundo o professor do Laboratório de Hidrogênio da Coppe, Paulo Emílio de Miranda, o veículo não emite nenhuma partícula de carbono.

O ônibus, disse ele, utiliza cinco quilos de hidrogênio para cada 100 km percorridos. Segundo a Tracel, o custo do hidrogênio é de US$ 6 por quilo --ou US$ 15 para cada 100 quilômetros. Ainda não há, porém, postos de abastecimento e fornecimento em larga escala do combustível.

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Documento final da Rio+20 não fica pronto nesta sexta, diz porta-voz

CLAUDIA ANTUNES DO RIO

Nikhil Seth, o porta-voz do secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, confirmou que o documento final da conferência não ficará pronto nesta sexta-feira (15), como estava originalmente previsto.

Como a Folha antecipou na edição de hoje, a negociação se estenderá até a cúpula de chefes de Estado e governo, que começa na próxima quarta-feira. Caberá ao Brasil, que como país-sede tem a presidência da Rio+20, definir o mecanismo de negociação a partir deste sábado (16).

Os pontos que estão travando a conclusão do documento são o financiamento da transição para o desenvolvimento sustentável, a definição de economia verde, a reafirmação do princípio das "responsabilidades comuns, mas diferenciadas" -- pelo qual os países ricos devem assumir a maior parte dos custos da transição -- e o futuro quadro institucional para o tema.

Neste último ponto, caberá definir se o Pnuma, programa da ONU para o ambiente, será ou não transformado em uma agência das Nações Unidas, com mais poderes e contribuições obrigatórias de todos os países.

Na quinta-feira (14), o negociador-chefe brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, disse que o Brasil não tem um documento alternativo "na manga", mas vai procurar aproximar posições, sem abrir mão de um documento que seja "o mais ambicioso possível".

Segundo Seth, a expectativa agora é que negociação seja concluída no dia 19, véspera da cúpula de "alto nível".

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Semana do Meio Ambiente - oficinas ecológicas

Nesta quinta-feira, 14, o curso de Biologia da Faculdade São Luís de Jaboticabal promoveu um evento alusivo a Semana do Meio Ambiente. Onde foram realizadas oficinas ecológicas de:

Produção de Papel e Artesanato Ecológico com fibras vegetais alternativas.
Prof. Ms. Alex L. Andrade Melo
Papel Machê
Profa. Esp. Thaís Desidério
Conservação da Biodiversidade: Coleções de Plantas
Profa. Dra. Cíntia Erbert.

Durante o evento 300 mudas de árvores frutíferas, doadas pela Polícia Ambiental de Jaboticabal. 

O nosso agradecimento a direção da faculdade, coordenação e funcionários, em especial a funcionária Rosinha pelo apoio.

Algumas fotos do evento. Mais fotos podem ser encontradas no Facebook.



Rio+20 e sustentabilidade inspiram jogo no Facebook

  • Por João Coscelli



Há pouco tempo publicamos aqui uma entrevista cujo tema eram jogos de consciência e de responsabilidade social – os chamados ‘jogos sérios’. Com a proximidade da Rio+20, conferência da ONU que debate a sustentabilidade, um dos assuntos sérios em voga é o meio ambiente, as energias limpas e a economia verde.

E esse é tema do Game Change Rio, desenvolvido pela parceria entre a Biovision, a CodeSustainable e o Millennium Institute. O jogo começou a circular nesta terça no Facebook e tem os mesmos princípios dos games que inundam as plataformas sociais – gerenciamento da situação, troca de informações e acompanhamento dos resultados.

O objetivo? Fazer do mundo um lugar mais limpo, que cresça sem poluir, onde todos têm o que comer e que, enfim, sobreviva ao desenvolvimento industrial. Basicamente, trata-se de aplicar políticas de sustentabilidade para atingir metas levando em conta verba, recursos e tempo necessários que as mudanças tenham efeito. Dá para se envolver com agricultura, energia, pesca e todo tipo de atividade relacionada ao meio ambiente. Tudo isso enquanto você assume o papel do economista chefe da ONU para o Meio Ambiente. Isso, sinta-se importante.

Os dados das simulações foram os mesmos que o Millennium Institute usou para o Programa de Meio Ambiente e para o Relatório de Economia Verde da ONU. Coisa séria.

A ideia para a criação do Game Change Rio partiu do pensamento de que os jovens precisam ter conhecimento das importantes decisões que serão tomadas na Rio+20, revela Matthew Herren, um dos desenvolvedores do jogo. “Afinal, são eles que terão de lidar com os problemas do mundo no futuro. Jogos são uma ferramenta importante para conectá-los a assuntos sérios”, analisa.

De acordo com Herren, as redes sociais serão uma ferramenta poderosa. “Esperamos que os jogadores não apenas se divirtam, mas aprendam sobre os problemas do mundo e compartilhem isso. Nosso alvo é uma audiência global”, avalia.

Herren também pontuou os benefícios dos jogos para ações de conscientização. Segundo ele, o ‘fator jogador’, a experiência é o que conta mais. “É uma situação de aprendizado interativo. É muito melhor que ler a opinião dos outros”, considera.

Quem for à Rio+20 vai encontrar Herren e sua equipe. Como o jogo é diretamente ligado à conferência, o plano é montar um stand com um mural atualizado em tempo real com o resultado dos jogadores. O melhor pontuador, aliás, ganha uma viagem para o Rio (mais especificamente para o encontro, mas vai poder pegar uma praia também).

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Game Change Rio from Code Sustainable on Vimeo.

Cúpula dos Povos abre nesta sexta com 50 ONGs

Heloisa Aruth Sturm
Cúpula irá mostrar a mobilização da sociedade civil e as iniciativas de sucesso realizadas na área de sustentabilidade
 Tasso Marcelo/AE 
Local no Aterro do Flamengo destinado a Cúpula dos Povos, que deve receber cerca de 30 mil pessoas
Começa nesta sexta-feira, 15, a Cúpula dos Povos, o evento organizado por mais de 50 ongs nacionais e internacionais, que pretende atrair cerca de 25 mil pessoas ao Aterro do Flamento, zona sul do Rio de Janeiro. Um dos maiores eventos paralelos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a Cúpula irá mostrar a mobilização da sociedade civil e as iniciativas de sucesso realizadas na área de sustentabilidade.

Na tarde de ontem, operários faziam os últimos ajustes nas estruturas preparadas para abrigar as mais de 1,2 mil atividades que serão desenvolvidas até o último dia do evento, em 23 de junho. Somente hoje, mais de 150 atividades serão realizadas nas 60 tendas montadas no local, dentre debates, seminários, palestras, oficinas e performances voltadas para as áreas que abordam os três pilares do desenvolvimento sustentável: ambiental, social e econômico.

Um dos destaques do dia será o lançamento da Rede Brasileira da Carta da Terra, organizado pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade, que terá a presença da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do teólogo Leonardo Boff. Representantes do Greenpeace também estarão no Aterro para participar da campanha Desmatamento Zero, com objetivo de recolher 1,4 milhão de assinaturas e assim submeter ao Congresso Nacional um projeto de lei sobre o assunto, de forma similar àquele que gerou o Ficha Limpa.

O espaço também conta com um anfiteatro ao ar livre, com capacidade para 800 pessoas, onde ocorrerão alguns dos eventos mais importantes da Cúpula durante o dia. À noite, o local se transforma em palco para apresentações musicais e de poesia. As atividades culturais ocorrerão também em pequenos palcos e no "Caminho das Artes", onde serão realizadas exposições ao ar livre - qualquer artista pode participar. Todos os eventos são gratuitos e não é necessário fazer inscrição para participar das atividades programadas.

Na pista de aeromodelismo próxima à Marina da Glória, que também faz parte do Aterro, ocorrerão as atividades centrais da conferência, como as plenárias e a Assembleia dos Povos, desenvolvida com intuito de gerar acordos políticos entre os diversos movimentos sociais e articular estratégias de mobilização. "Estamos muito confiantes num bom processo da Cúpula e temos a esperança que os resultados que vão sair daqui serão extremamente importantes não só para a população, mas também para os governos", disse Carlos Henrique Painel, representante do Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos.

Traços de bactérias fossilizadas na crista de um pterossauro.

Fósseis de microrganismos foram encontrados na crista de réptil voador que viveu há 115 milhões de anos

Uma das coisas mais empolgantes no estudo de fósseis é encontrar preservados os chamados tecidos moles – basicamente tudo o que não é osso no corpo do animal. Sua investigação permite descobertas mais concretas sobre como eram e viveram esses bichos extintos e, nesse sentido, a Formação Crato – na bacia do Araripe, no interior de Pernambuco, Piauí e Ceará – é prolífica. Um novo estudo ajuda a explicar por quê.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro de Pesquisas Paleontológicas da Chapada do Araripe encontraram traços de bactérias fossilizadas na crista de um pterossauro que viveu há cerca de 115 milhões de anos. O que aconteceu a esses microrganismos, acreditam, pode ajudar a compreender como tecidos moles foram tão bem preservados em pelo menos alguns dos fósseis achados na região.

O exemplar em questão pertence a uma espécie descrita em 1997 pelos paleontólogos Alexander Kellner e Diógenes de Almeida Campos, batizada de Tupandactylus imperator. Foi encontrado por trabalhadores da Mina Triunfo, próximo à cidade de Nova Olinda, no Ceará, e, apesar de ter sido danificado no momento da coleta, trata-se do melhor exemplar da espécie já encontrado.

O fóssil, que responde pelo código CPCA 3590 no acervo do Centro de Pesquisas Paleontológicas da Chapada do Araripe, se destaca pela enorme crista, que se manteve parcialmente fossilizada. Felipe Pinheiro, pesquisador da equipe de Cesar Schultz no Setor de Paleovertebrados da UFRGS, descreveu o fóssil no ano passado na Acta Palaeontologica Polonica. “Na época, não fazíamos ideia da presença das bactérias”, conta Pinheiro.

Foi somente quando Paula Sucerquia, da USP, fez as primeiras micrografias do fóssil que os pesquisadores notaram a presença de pequenas estruturas em forma de bastonetes na superfície do tecido mole fossilizado. A equipe então passou a investigar a hipótese de que se tratava mesmo de bactérias.

Há registros de fossilização bacteriana espalhados pelo mundo, mas até então nenhum provinha da Formação Crato. Anos atrás houve até quem interpretasse formas semelhantes, observadas em outros fósseis da região, como vestígios de microrganismos, mas investigações posteriores indicaram que poderia haver um engano – em vez de bactérias, o que se via nos outros fósseis seriam possivelmente melanossomos, organelas celulares contendo o pigmento melanina, que, por alguma razão, são extremamente resistentes à decomposição.


Não é o caso das pequenas estruturas encontradas no CPCA 3590. Com base na morfologia, elas foram identificadas como bactérias que estariam decompondo o tecido mole do pterossauro no fundo do então lago Araripe, logo após a morte do réptil voador mais de uma centena de milhões de anos atrás. Se a análise estiver correta, essa é a primeira evidência sólida de fossilização bacteriana proveniente daquela região.

Morte e preservação
A propósito, segundo os pesquisadores, a presença desses microrganismos pode ter permitido a preservação dos tecidos moles no fóssil. Há dois caminhos para que isso aconteça. Num deles, as bactérias que decompõem os animais produzem reações químicas que levam à mineralização dos tecidos. “Na maior parte dos casos, o tecido morto serve como sítio de deposição de fosfato e não é incomum a preservação de estruturas subcelulares, como fibras musculares e até núcleos celulares, com um grau elevado de fidelidade”, explica Pinheiro.

O caso do pterossauro, contudo, é outro. “As próprias bactérias caem em uma armadilha”, conta o pesquisador. “O fosfato que estava diluído se deposita na parede celular desses microrganismos. Isso causa a morte das bactérias, mas permite que elas sejam preservadas como fósseis”, explica o pesquisador, primeiro autor do novo artigo, publicado na revista Lethaia – International Journal of Paleonthology and Stratigraphy. Esse processo, chamado de autolitificação bacteriana, já não é tão gentil com os tecidos moles do animal em processo de fossilização. Como as bactérias formam uma espécie de molde fossilizado, é impossível estudar em detalhes microscópicos o que havia por baixo. Esse trabalho, somado a outros recentes, ajuda a derrubar um mito da paleontologia: o de que a boa preservação do fóssil está necessariamente associada à ausência de decomposição bacteriana.

Uma característica interessante das estruturas granulares – os fósseis das antigas bactérias – encontradas pelos pesquisadores é que algumas parecem se encontrar unidas duas a duas, como se estivessem em meio a um processo de replicação quando fossilizaram.

Embora os próprios pesquisadores admitam que essa evidência ainda é pouco conclusiva, ela é importante por sugerir que a fossilização talvez ocorra muito rapidamente – em horas ou dias após a morte do animal. Quase como uma gentileza da natureza, que permitiria a seres há muito extintos serem descobertos milhões de anos mais tarde.

Leia mais em: As bactérias que comiam pterossauros. SALVADOR NOGUEIRA

Macacos-prego e evolução

Divergência de macacos-prego, tão antiga quanto a de seres humanos e chimpanzés, se reflete em ecologia e comportamento

Desaparecidos por séculos, os macacos-prego-galegos foram redescobertos há poucos anos
Os macacos-prego e caiararas existem na América Central, na Amazônia inteira, no cerrado, na caatinga e em toda a mata atlântica, chegando até a Argentina. Nessa extensão variam muito em forma, cor, tamanho, preferências alimentares e comportamento. São primatas marcantes, com um sistema social complexo e capazes de usar ferramentas, uma habilidade rara. Mesmo diante da grande variação entre espécies, até recentemente os especialistas classificavam macacos-prego e caiararas no mesmo gênero, Cebus, e boa parte deles respondia nos registros científicos pelo nome Cebus apella. Nos últimos 10 anos, a classificação desses primatas vem passando por uma revolução, com base no trabalho de pesquisadores brasileiros e de fora. “A taxonomia deles ainda seguia o trabalho dos naturalistas”, diz o primatólogo brasileiro Jean-Philippe Boubli. “A era da tecnologia molecular está permitindo toda uma reorganização.” Junto com a colega norte-americana Jessica Lynch Alfaro, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, ele – à época pesquisador na Wildlife Conservation Society – organizou um simpósio sobre esses macacos num congresso em 2010 no Japão. Reunindo os pesquisadores que mais estavam trazendo novidades ao conhecimento sobre esses primatas, o encontro deu origem a um volume especial da revista American Journal of Primatology, publicado em abril deste ano.




Leia mais em: Ramificações ancestrais Revista Pesquisa FAPESP.  EDUARDO CESAR