sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Árvores 'semeiam' chuva na região da Amazônia

Sem as plantas, clima da área seria drasticamente alterado, afirma cientista.
Estudo publicado na 'Science' foi feito junto com a Universidade Harvard.
Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que a formação das chuvas na região da Amazônia está muito mais ligada à floresta do que o imaginado anteriormente. Um estudo inédito, publicado na revista "Science", aponta que as plantas emitem sais de potássio que "semeiam" as nuvens, formando as partículas aerossóis responsáveis por causar chuva.
Sem a floresta, o clima e as chuvas na região seriam alterados de forma drástica, disse para o G1 o professor de física da USP Paulo Artaxo, coordenador brasileiro do estudo. A pesquisa foi realizada em conjunto com cientistas das tradicionais universidades de Berkeley e Harvard (nos Estados Unidos) e com o Instituto Max Planck, na Alemanha.
Antes do estudo, acreditava-se que os aerossóis responsáveis pelas chuvas eram gerados por reações químicas no ar, afirma Artaxo. A pesquisa revelou que este conceito está errado.
"Uma quantidade significativa das gotículas [de chuva] contém potássio, elemento de emissão direta das plantas, que não é formado na atmosfera", diz o cientista. A descoberta significa, segundo o pesquisador, que os processos biológicos das árvores controlam as chuvas na Amazônia "muito mais do que se pensava".
Esta "ligação íntima" entre a biodiversidade da floresta e o clima não existe em áreas de vegetação rasteira, diz Artaxo. No cerrado e na caatinga, por exemplo, o elo entre clima e as plantas é bem menor. Isso acontece porque os sais de potássio são emitidos pelas folhas das árvores. "A floresta tem um índice de área folhada muito maior do que as gramíneas", afirma.
Planeta

Viagem por partes do corpo humano é atração de exposição em BH

Mostra conta com réplicas de um ouvido, um nariz e uma boca gigantes.
Evento integra campanha "Respire Pelo Nariz e Viva Melhor".
Uma exposição aberta nesta sexta-feira (31) em Belo Horizonte permite um passeio por partes do corpo humano. A mostra, que conta com réplicas de um ouvido, um nariz e uma boca gigantes, faz parte da campanha "Respire Pelo Nariz e Viva Melhor". A partir da viagem, o público vai conhecer o funcionamento desses três órgãos e as principais formas de prevenção das doenças que os atingem.
Durante três dias, otorrinolaringologistas respondem às dúvidas dos visitantes do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro da capital, entre 9h30 e 17h30. O evento é itinerante e vai passar por dez cidades do Brasil.
Palestras com especialistas e atividades interativas também fazem parte da programação. O público pode, ainda, conferir se o volume de seus aparelhos de mp3 e celulares está adequado para manter a saúde auditiva. Um jogo convida os participantes a testarem o olfato com os cheiros que saem de dentro de uma caixa surpresa.

Número de cromossomos varia em linhagens de células-tronco

Perda e ganho de material genético desafiam o uso dessas células em terapiaRICARDO ZORZETTO | Edição Online 18:53 27 de agosto de 2012 - 
RAFAELA SARTORE/LANCE/UFRJ

Perdas e ganhos: célula cerebral de camundongo com número original de cromossomos (40, no meio) e células aneuploides, com 39 (esquerda) e 41 (direita) cromossomos
Em um artigo publicado este mês na revista Frontiers in Cellular Neuroscience, o neurocientista Stevens Rehen e sua equipe no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) chamam a atenção para um fenômeno que atinge com frequência as células-tronco e que deve exigir cautela no uso dessas células tanto em pesquisas como em potenciais terapias. Esse fenômeno é a aneuploidia: a perda ou o ganho de cromossomos, os filamentos espiralados de DNA que abrigam os genes.
Rehen, a biomédica Rafaela Sartore e a bióloga Sylvie Devalle analisaram cerca de 160 estudos publicados nos últimos anos e observaram que a variação no número de cromossomos atinge diferentes linhagens de células-tronco cultivadas nos laboratórios ao redor do mundo. “Embora também ocorra em organismos vivos e saudáveis, a aneuploidia observada nas células em cultura não enfrenta a pressão seletiva de mecanismos que as eliminem”, comenta Rehen, coordenador do Laboratório Nacional de Células-tronco Embrionárias (LaNCE) da UFRJ, onde esse tipo de célula é usado para tentar construir modelos experimentais do que ocorre em doenças neuropsiquiátricas.
“Precisamos identificar o grau de aneuploidia tolerável, com o qual o organismo consiga lidar sem que surjam efeitos nocivos”, conta Rafaela, uma das pesquisadoras do LaNCE.