quarta-feira, 21 de março de 2012

Impressora que reutiliza o papel

Engenheiros da Universidade de Cambridge criaram uma “desimpressora” que permite reutilizar o papel que já estava com tinta.
O método envolve o uso de rápidas aplicações de laser para apagar as palavras e imagens, aquecendo o material impresso até o ponto que ele vaporiza. Os pesquisadores dizem que o aparelho funciona com papeis e tintas comuns, e acaba sendo mais ecológico do que a reciclagem.
Porém, mais pesquisa ainda é necessária para que o produto seja disponibilizado no mercado. “Quando você usa o laser, ele atinge a fina camada de tinta e aquece até o ponto que ela vaporiza”, afirma o líder do estudo, David Leal-Ayala.
A Toshiba já vende uma impressora que apaga a tinta, mas a máquina depende de sua própria tinta especial para funcionar.
Pulsos verdes
Os engenheiros testaram uma série de lasers ultravioletas, infravermelhos e visíveis, com velocidades diferentes. No fim, o melhor foi o laser verde, com uma duração de quatro bilionésimos de segundo.
De acordo com eles, o papel ficou sem nenhum dano e “comparável a um em branco, novo”. Um sistema de extração de gases foi usado para capturar nanopartículas e gases que poderiam prejudicar o processo.
Substituindo a reciclagem
Os pesquisadores acreditam que a reciclagem ainda vai ser um processo mais barato, mas o preço do equipamento deve diminuir conforme a produção aumentar.
“Quando você recicla o papel, usa muitas fontes”, afirma Leal-Ayala. “Você usa eletricidade, água e químicos, e o único motivo pelo qual você não reutiliza o papel é porque a tinta está nele”.
Se o papel continua em boas condições, porque utilizar um processo tão longo como a reciclagem? [BBC]
[Hypescience]

Tubarões, novas espécies descobertas em Galápagos

Cientistas descobriram uma nova espécie de tubarão, moradora do fundo do mar perto das Ilhas Galápagos.
A criatura recém-nomeada Bythaelurus giddingsi é uma espécie de tubarão gato. Esses animais nunca tinham sido vistos perto do famoso arquipélago do Pacífico Oriental, até os pesquisadores descerem cerca de 500 metros ao fundo do oceano.
“Olhamos pela janela do submarino e vimos este tubarão gato manchado”, conta John McCosker, principal autor de um artigo descrevendo o tubarão. “Foi muito emocionante, porque não esperávamos que esse gênero tivesse uma espécie de tubarão vivo em Galápagos”.
Os pesquisadores decidiram que tinham que capturar o tubarão para estudo, coisa que não foi fácil, pois ele certamente correu. Os cientistas por fim conseguiram capturar mais seis exemplares, das mais variadas cores, como cor de chocolate, salpicados com manchas claras, etc.
“Ao contrário de muitas espécies de tubarões, as manchas parecem estar distribuídas de forma aleatória, com padrões únicos para cada animal, o que é bastante notável”, disse McCosker.
A espécie é encontrada somente perto das Ilhas Galápagos, famosa por suas espécies únicas, tanto em terra quanto no mar, graças ao seu extremo isolamento geográfico.
McCosker estima que os maiores exemplares observados tinham cerca de 60 a 70 centímetros de comprimento, comprimento médio para tubarões gatos. Porém, limitado pelo instrumento de coleta do submersível, o maior tubarão que a equipe capturou tinha apenas 45 centímetros.
McCosker disse que a descoberta é “agridoce”. “Há uma grande ironia em descobrir novas espécies de tubarões, com os tubarões desaparecendo em todo o mundo, muitos vítimas do lucrativo comércio de barbatanas de tubarão para a sopa de barbatana”, comenta.[MSN]

Microbiota intestinal e suas implicações

Mudança no perfil da microbiota intestinal favorece o desenvolvimento de diabetes e obesidade
Cada pessoa traz em si um universo. Literalmente. Calcula-se que o corpo humano seja formado por 75 trilhões de células e que abrigue um número 10 vezes maior de bactérias, um bom tanto delas (cerca de 100 trilhões) nos intestinos. Esses dados não são novos, mas só recentemente passaram a despertar o interesse da ciência e da medicina. Por muito tempo se acreditou que a convivência com os inquilinos microscópicos fosse benéfica para as bactérias e seus hospedeiros na maior parte das vezes. Ou ainda que, no máximo, não favorecesse nem prejudicasse qualquer dos lados. Essa ideia de coexistência pacífica, no entanto, começou a mudar nos últimos anos quando surgiram estudos mostrando que a intimidade contínua – e, é necessário que se diga, inevitável – pode em alguns casos trazer consequências indesejáveis. Pelo menos, para o hospedeiro.
Um estudo publicado em dezembro passado por pesquisadores brasileiros na revista PLoS Biology está chamando a atenção de muita gente – teve 11 mil acessos em menos de três meses – por evidenciar uma situação em que as bactérias dos intestinos podem causar prejuízos para o organismo humano. A equipe do médico Mário Abdalla Saad, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), demonstrou que um determinado grupo de bactérias intestinais pode, em certas situações, iniciar um desequilíbrio metabólico que quase sempre leva ao que se tornou em apenas duas ou três décadas um dos mais importantes problemas de saúde pública do mundo: o desenvolvimento de diabetes e obesidade, que atingem, respectivamente, 350 milhões e 500 milhões de pessoas.
A alteração que antecede o diabetes e o ganho excessivo de peso é o que os médicos chamam de resistência à insulina. Quando a resistência à insulina se instala, o corpo deixa de usar de maneira adequada o hormônio que permite às células dos músculos e de outros tecidos retirar o açúcar (glicose) do sangue e convertê-lo em energia ou estocá-lo para usar mais tarde. Em experimentos com camundongos, a equipe de Saad verificou que por trás da resistência à insulina podem estar as bactérias do filo Firmicutes, grupo que reúne dezenas de espécies e, ao lado de outros grupos de bactérias, constitui a microbiota intestinal.

Leia mais esta reportagem de Ricardo Zorzetto: Conexões viscerais

Vídeo do dia

 O PODER DA NATUREZA