Uso de estrutura que acelera as trocas de ar entre os ambientes externo e interno de uma construção é alternativa econômica para melhorar a ventilação em dias quentes. O sistema pode ajudar na redução do consumo energético.
Publicado em 19/11/2012 | Atualizado em 19/11/2012
A eficiência do uso de chaminés solares para ventilação de ambientes foi comprovada em testes com dois protótipos construídos no campus da Universidade Federal de São Carlos. (foto: Letícia Neves e Maurício Roriz)
Quem acha que chaminé só é útil em tempo frio está enganado. Um estudo realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que estruturas desse tipo podem ser usadas para refrescar os ambientes internos de edifícios e casas em dias quentes. A estratégia contribui para a redução do consumo de energia elétrica e pode se tornar um importante elemento em construções sustentáveis.
As chaminés solares, como são chamadas essas estruturas de ventilação, são capazes de acelerar as trocas de ar entre o ambiente externo – mais ameno – e o interior das edificações – mais quente por causa da absorção de parte do calor produzido por pessoas, lâmpadas e equipamentos.
Essas trocas ocorrem em qualquer chaminé, porque o ar quente, menos denso, tende a subir, sendo substituído pelo ar frio, mais denso, que entra no ambiente interno. Para acelerar esse processo, as chaminés solares são construídas de forma a receber maior quantidade de radiação solar, o que permite maior absorção de calor.
“A chaminé é composta por um coletor solar, formado por um canal com uma superfície de vidro, uma câmara de ar e uma superfície negra absorvedora na parte interna, que é aquecida pelos raios solares que atravessam o vidro”, explica a arquiteta Letícia Neves, que realizou o estudo em seu doutorado na Unicamp, sob a orientação do também arquiteto Maurício Roriz, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Ao absorver mais calor, a chaminé faz com que o ar em seu interior fique mais aquecido e saia mais rapidamente pelo topo da estrutura. Dessa forma, o ar quente do ambiente interno é sugado para dentro da chaminé, o que acelera sua substituição pelo ar frio que vem do ambiente externo.