terça-feira, 20 de março de 2012

Competição para pesquisas em esclerose lateral amiotrófica

Inscrições para o Prêmio Paulo Gontijo de Medicina terminam em 31 de março
Jovens pesquisadores que busquem desvendar a causa e a cura da esclerose lateral amiotrófica têm, mais uma vez, a oportunidade de serem reconhecidos com um prêmio de US$ 20.000, além de uma medalha de ouro do Instituto Paulo Gontijo. Com a finalidade de incentivar e divulgar a ciência, o instituto concede um prêmio anual e, na categoria Medicina, conta com a parceria da Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica.
Pesquisadores com idade até 35 anos podem se inscrever, até o final de março, por meio dosite do Instituto Paulo Gontijo, onde também está disponível o regulamento.

A gravidade dessa doença que rouba todos os movimentos musculares, como é o caso do físico britânico Stephen Hawking, é ampla justificativa para a iniciativa de estimular e reconhecer a excelência da pesquisa que ajude a combatê-la.
Saiba mais sobre Esclerose Lateral Amiotrófica:- Mensageira da morte- Autofagia para a sobrevivência
- Em busca de conexões

protozoário causador de encefalites

Começam a aparecer os tipos locais de protozoário causador de encefalites No início de janeiro, uma mulher de 22 anos, com muita dor de cabeça e uma paralisia no lado esquerdo do corpo, decidiu ir a um ambulatório especializado de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. A enfermeira que a atendeu a convenceu a fazer um teste rápido de detecção do vírus HIV, causador da Aids. O resultado, que saiu em 30 minutos, deu positivo. “A moça tinha vida sexual havia oito anos, fazia sexo desprotegido, tinha dois ou três parceiros por semana, nunca tinha feito teste para HIV e não sabia que estava com Aids”, relata o médico José Ernesto Vidal, que a atendeu em seguida. A dor de cabeça e a paralisia do lado esquerdo do corpo sugeriam uma encefalite causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Ele a internou de imediato para começar o tratamento contra a doença neurológica e depois, assim que possível, iniciar a medicação contra o vírus da Aids. A toxoplasmose cerebral sempre foi uma doença oportunista, transmitida normalmente por água ou alimentos contaminados (e não por via sexual), que normalmente emerge quando as defesas do organismo estão enfraquecidas. Agora essa infecção está merecendo mais atenção porque testes moleculares e genéticos, empregados como parte do diagnóstico, estão mostrando variedades de T. gondii exclusivas do Brasil, podendo causar sintomas atípicos ou mais graves em uma parte das pessoas infectadas. “Nossos testes estão mostrando que as variedades brasileiras são geneticamente diferentes dos tipos clássicos 1, 2 e 3, registrados, principalmente, nos Estados Unidos e na Europa, e algumas podem ser mais virulentas”, afirma Vidal. Formas brasileiras de toxoplasmose.
Leia mais na matéria de Carlos Fioravanti: Formas brasileiras de toxoplasmose.

Floresta amazônica e regulação climática


Estudo avalia o impacto real de vegetações nativas e cultivadas das Américas sobre a temperatura global
Quantificar o real efeito do desmatamento e das atividades agrícolas na temperatura média do planeta é o principal resultado de um trabalho realizado por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos e publicado na edição de março da revista Nature Climate Change. O conhecimento mais acurado do impacto dos ecossistemas terrestres sobre o clima se tornou possível agora porque os pesquisadores incluíram nos cálculos dois fenômenos que costumavam ser deixados de lado: a evapotranspiração (perda de água por evaporação e transpiração das plantas) e a absorção de energia solar pela vegetação. Esses fenômenos de natureza biofísica influenciam a regulação do clima local e afetam o clima global, mas eram desconsiderados. Os trabalhos anteriores, usados para traçar políticas de proteção do ambiente, só incluíam os dados sobre absorção ou liberação de gases de efeito estufa, os chamados mecanismos biogeoquímicos, que têm efeitos globais.
No estudo da Nature Climate Change os pesquisadores conseguiram condensar os efeitos biofísicos e biogeoquímicos num único índice, mais abrangente, batizado de climate regulation values (CRV). “Esse índice contabiliza os estoques de carbono e sua troca líquida nos ecossistemas, a emissão de óxido nitroso e de metano e considera também os efeitos da evapotranspiração e da absorção de energia solar associados a cada tipo de vegetação”, explica Santiago Cuadra, pesquisador do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca do Rio de Janeiro (Cefet/RJ), um dos autores do artigo.
Para saber um pouco mais sobre esta matéria: A equação do clima. De Evanildo da Silveira
Artigo científico:
ANDERSON-TEIXEIRA, K.J. et al. Climate-regulation services of natural and agricultural ecoregions of the Americas. Nature Climate Change. 8 jan. 2012.