quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Células-tronco novo Nobel de Medicina

John Gurdon 

John Gurdon e Shinya Yamanaka mostraram que células adultas podem voltar a estágio imaturo
Inaugurando a série de anúncios do prestigioso Nobel, o Instituto Karolinska, na Suécia, anunciou hoje (8/10) pela manhã o prêmio de Fisiologia ou Medicina. Os ganhadores são o britânico Sir John Gurdon e o japonês Shinya Yamanaka, por mostrarem que células maduras podem ser reprogramadas e se tornarem outra vez pluripotentes, ou capazes de gerar uma série de tecidos diferentes do organismo.

Por coincidência, este ano comemora o cinquentenário de dois acontecimentos centrais na premiação: o artigo em que Gurdon estabeleceu os alicerces da descoberta e o nascimento de Yamanaka. “Tive sorte de sobreviver o suficiente para ter essa incrível honra”, disse o britânico em entrevista a Adam Smith, do site do Nobel. O pesquisador ainda era estudante de pós-graduação quando substituiu núcleos imaturos de óvulos de rãs pela mesma estrutura retirada de células intestinais adultas. O grande achado foi verificar que os óvulos alterados deram origem a girinos normais, prova de que mesmo células maduras têm toda a informação genética necessária para desenvolver um organismo inteiro. Na época, não havia perspectiva de benefício imediato para a pesquisa. O objetivo era entender como funcionam as células e o desenvolvimento do organismo. E a meta continua sendo essa para o premiado, agora líder de um grupo de pesquisa no Instituto Gurdon, um órgão da Universidade de Cambridge dedicado a pesquisas em biologia do desenvolvimento e do câncer.
Shinya Yamanaka

Shinya Yamanaka espera que descobertas tenham aplicação clínica
Trabalhando em cima das bases lançadas no ano em que nasceu, Yamanaka mostrou em 2006 que bastava inserir quatro genes específicos numa célula madura para que ela voltasse a ser versátil, ganhando o nome de célula-tronco pluripotente induzida (iPS). A descoberta abriu caminhos importantes para se investigar o funcionamento de doenças e potencialmente desenvolver novas terapias. É possível, por exemplo, reprogramar células da pele de um paciente e cultivá-las em laboratório para entender como a doença se desenvolve em outros tecidos. A aplicação clínica é a motivação do laureado japonês da Universidade de Kyoto. Ele começou a carreira como cirurgião, mas se confessa pouco talentoso. Como pesquisador, ainda pensa como médico e quer ajudar tantos pacientes quanto for possível.


Leia mais na matéria de MARIA GUIMARÃES - Revista Pesquisa Fapesp com o título: Células-tronco rendem Nobel de Medicina a britânico e japonês


Nenhum comentário:

Postar um comentário